O poeta como conservador de sua efemeridade
O poeta vive de metáforas, sempre diz que seu amor…
É como uma avalanche.
O poeta vive de metonímias, sempre diz que seu amor…
Precisa do meu.
O poeta vive de sinestesias, sempre diz que seu amor…
Sentiu o fogo de seu coração.
O poeta vive de catacreses, sempre diz que seu amor…
Está dentro do céu de sua boca.
O poeta vive de antíteses, sempre diz que seu amor…
Dormiu acordado.
O poeta vive de paradoxos, sempre diz que seu amor…
Tão pobre se tornou rico ao te ver.
O poeta vive de eufemismos, sempre diz que seu amor…
É como se fosse uma flor…
O poeta vive de hipérboles, sempre diz que sem seu amor…
Morre de tristeza.
O poeta vive de ironias, sempre diz que sem seu amor…
Torna-se como um bom lanche: frio e sem sabor.
O poeta vive de apóstrofes, sempre diz que sem seu amor…
Torna-se infeliz, tristeza abundante, Oh Deus!
O poeta vive de personificações, sempre diz que sem seu amor…
Seu coração torna-se em prantos.
O poeta vive de pleonasmos, sempre diz que sem seu amor…
Saiu para fora de si mesmo…
O poeta vive de cacofonias, sempre diz que sem seu amor…
Vi ela com prantos.
O poeta vive de comparações, sempre diz que sem seu amor…
Seu coração é como gelo, frívolo e sem virtudes.
O poeta vive de gradações, sempre diz que o amor…
Cresce, vive e morre.
O poeta vive de antonomásias, sempre diz que o amor…
É a voz.
O poeta vive de anáforas, sempre diz que o amor…
É o seu próprio amor, que vive do amor do outro.
O poeta vive de polissíndetos, sempre diz que o amor…
Ou vive, ou ama, ou chora…
O poeta vive de quiasmos, sempre diz que o amor…
O persegue, triste me torno e ele perseguido se torna, triste.
O poeta vive de silepses, sempre diz que o amor…
É a dama de seu olhar.
O poeta vive de elipses, sempre diz que o amor…
Gosta de virtudes, você de felicidades.
O poeta vive de hipérbatos, sempre diz que com o amor…
Observava anteriormente as virtudes, nos poetas.
O poeta vive de assíndetos, sempre diz que com o amor…
Vive, respira, observa, ama.