Falsa moral
Sim, eu assumo, sou uma pecadora.
Meu pecado é pensar freneticamente, ter intelecto,
ser feminina.
Meu pecado é permanecer durante a minha existência atualizando meus conhecimentos, expressando meus pensamentos, opiniões. Isso ofende e assim me sinto sub julgada, oprimida, massacrada.
Seria eu menos temente ao criador ou não merecedora de sua glória?
Por ter minha forma de observar o amor, em versos e poesias, nas rimas pedir a liberdade, exercer meu direito de expressão, tentar por fim a tanta mediocridade?
Mas se o amor é pregado desde os primórdios, onde estou eu a errar, qual seria meu verdadeiro pecado, o de apenas ter coragem de me expor publicamente por isso a minha pena é a execução da hipocrisia alheia?
Mesmo nunca tendo pedido a ninguém para me ler, para me seguir…
Oportunista é aquele que usa o que lê para me atacar, que se acha conhecedor de uma verdade que não existe, pois, a visão das coisas mudam quando nos posicionamos de lugares diferentes, fato provado na física quântica e a ciência é exata, muito mais que as palavras ela é matematicamente exata.
Quem é passível deste julgamento, pois, não se une a mim, a nós divulgadores de ideias, discriminadores da liberdade de expressão e abram a mente, ao invés de julgar, somos livres em um país livre, democrático para pensadores onde qualquer conteúdo pode ser encontrado nas redes, e se é público é para qualquer público em mídia ou didático, somos lidos e fazemos pensar e repensar,
O popular é exaltado, faz sucesso, arrebata multidões, o “impróprio” vende milhões, estão nas plataformas digitais e os textos de muitos autores ainda são considerados impróprios, balela!!!
Escrevemos um quase nada, e nada comparado ao senta- senta, cantado por crianças nas ruas e ao fundo de programas de domingo ditos familiares, faça-me rir, e me diga o que é próprio ou impróprio, certo ou errado analisando o todo depois da globalização?
O tabu, preconceito escancarado que serve apenas para selecionar o tipo de informação “aceitável”, porque meu escrito erótico causa tanta repulsa, discriminação?
Por que nós mulheres que escrevemos o desejo, o gozo, a libido de todos os jeitos merecemos queimar na fogueira falsa moralidade?
Por que tenho que ser apontada como “vadia” por escrever de forma intrínseca o que todo ser normal gosta, almeja?
Francamente, a violência desmedida, o ódio fora de proporções, a falta de misericórdia, guerras matando inocentes, doenças matando gente, e os falsos moralistas, e sua mentes pudicas se preocupando com nossa escrita, escrita de mulheres livres, que fogem da mesmice, que não tem vergonha de expressar desejos, anseios. Afinal do que somos feitos? Estamos acima do bem e do mal?
Não é feio e nunca foi sentir tesão, aguçar mentes, abrir mentes, feio é se colocar no lugar de criador e julgar, e às escondidas fazer pior, nós apenas escrevemos, vivências ou não, é o que fazemos, não é porque escrevemos erótico, que não merecemos respeito, merecemos sim, falamos daquilo que muitos não tem coragem, mas é errado aos olhos da falsa moralidade, me mostre tuas mãos sem máculas e lhe dou o direito de nos julgar.
Somos livres das correntes que anulam o que o corpo sente, ninguém é obrigado a nos acompanhar, mas nunca em tempo algum, tentem nos calar, porque se for preciso podemos até gritar.
Nossa escrita não mata, não fere, não rouba, não estupra, e muito menos é corrupta, onde está o pecado, que tanto incômoda?
Expressamos de forma crua o que muita gente tenta sufocar, tenta esconder, matando os próprios desejos em prol da “boa”conduta, e, por assim dizer, somos mulheres de verdade, que escrevem, que sentem, não é por isso que somos promíscuas, putas… Mas se fossemos, mereceríamos menos respeito? Que moral é essa que afaga o verdadeiro mal, apoia o que deveria ser parado e condena o direito de escrevermos sobre àquilo que todos, todos sentem ou já sentiram em algum momento?
Reveja seus conceitos, ninguém é obrigada a gostar que escrevemos, mas respeitem nosso espaço, nossa forma de nos expressar.
Escrito por:
Thatyanna de Souza Cesar & Andreia O. Marques
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